quarta-feira, 23 de março de 2011

Pivô de crime brutal desaparece



Valéria Ferreira, 20, do “caso ex-condedinho”, poderá ser considerada fugitiva pela polícia se faltar à reconstituição

Personagem central do rumoroso “caso -condedinho”, a morte a facadas de Marcos Cícero Silveira, 34, crime ocorrido em 13 de setembro do ano passado, na Vila Marina, em Ponta Grossa, a viúva Valéria Ferreira, 20, desapareceu e seu sumiço intriga o delegado Marcus Vinícius Sebastião, do 2º Distrito Policial, presidente das investigações. Ontem, a autoridade policial a aguardava para a acareação. Na quarta-feira da próxima semana está marcada a reconstituição – dois procedimentos considerados importantes para esclarecer pontos conflitantes do inquérito.
“Ainda vou decidir quais as providências que deverei tomar em relação à ausência dela”,assinala a autoridade policial.Morta Valéria não está. Recentemente ela postou
mensagem na internet criticando o delegado pela continuidade da investigação de um crime que, segundo afirma, já está esclarecido. Neste contexto, a garota refere-se ao pai Altair Ferreira, 44, que assumiu a autoria do assassinato. Para o delegado, a confissão contraria as provas técnicas. Ele cita que nas roupas que Ferreira usava no dia do assassinato (jaqueta, camiseta e blusa), os exames realizados pelo Instituto de Criminalística não encontraram vestígios de sangue humano. Havia resquício na calça, na altura do joelho, apenas. O laudo enseja a hipótese de Altair ter faltado com a verdade ao depor em 25 de setembro do ano passado. “Não está nada resolvido e o inquérito em andamento tem o propósito de possibilitar a Justiça a punição dos culpados. Estou atrás da verdade e vou encontrá-la”, diz Marcus Sebastião. A reportagem do Diário dos Campos tentou localizar Valéria Ferreira nesta quarta-feira. Até mesmo o advogado contratado por ela, Wanderley Weber Pontes, não saberia informar o paradeiro da cliente. “Perdi contato com ela e não faço ideia do local onde ela possa estar morando. Se não a localizar, ela também não vai estar presente à reconstituição marcada para semana que vem”, sustenta. O criminalista afirma que a garota sempre teve interesse em esclarecer a morte do marido e nunca se negou em contribuir com as investigações.
Valéria e Marcos moravam numa área de recreação localizada à Rua Rio Negro, proximidades da fábrica da Sadia. Altair Ferreira alega ter esfaqueado o genro (foram 30 facadas) para defender a filha. O brutal assassinato revoltou a família do rapaz. Para Camila Araújo, irmã da vítima, o homicídio foi premeditado e há outras pessoas envolvidas. “É uma possibilidade que nós estamos admitindo. Além disso, queremos saber onde foram parar os R$ 30 mil que ele tinha”, comenta.