sexta-feira, 12 de agosto de 2011

CRIME Jonathan Trevisan Júnior, delegado da PF em Ponta Grossa, apontou ações desenvolvida

CRIME Jonathan Trevisan Júnior, delegado da PF em Ponta Grossa, apontou ações desenvolvida


Com pouco mais de um ano de funcionamento, a delegacia da Polícia Federal de Ponta Grossa espera pelo aumento de seu efetivo para poder aprimorar os trabalhos na região. A informação é do delegado responsável, Jonathan Trevisan Júnior, em documento encaminhado à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Segurança Pública. Jonathan era esperado para depor na tarde de ontem, mas, alegando motivos de operacionalidade, não pôde comparecer à Câmara Municipal.

A comissão havia encaminhado ao delegado uma lista com lista com sete questionamentos, relacionados à estrutura e atuação da PF na cidade. Apesar de não poder prestar depoimento, Jonathan entregou aos vereadores um documento contendo as informações solicitadas. Algumas perguntas não puderam ser respondidas, como àquelas sobre número de efetivo, armamento, viaturas, policiais e servidores administrativos. De acordo com ele, não cabe a divulgação pública desses dados.

“O que posso afirmar é que o efetivo é aquém do necessário para fazer frente a todas as atribuições de uma delegacia da Polícia Federal cuja circunscrição abrange, além de Ponta Grossa, outros 20 municípios dos Campos Gerais”, afirma Jonathan. Ainda assim, ele garante que a delegacia tem um efetivo melhor do que delegacias com mais tempo de atividade, como Cascavel e Guarapuava. “Estamos gestionando junto aos superiores hierárquicos o aumento do efetivo da unidade, o que porém ocorrerá somente ocorrerá após novo concurso e consequentes remoções”, informa.

Questionado sobre o combate ao tráfico de drogas, Jonathan relata que, por se tratar de uma delegacia em estruturação, não foram realizadas operações, apenas algumas ações e flagrantes. Além disso, a corporação tem atuado em questões como crimes eleitorais, de contrabando e descaminho, e contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Neste último caso, a atribuição é específica da Polícia Federal, não podendo ser delegada à Polícia Civil.

A CPI também perguntou ao delegado sobre a atuação nas chamadas “cracolândias”, concentrações de tráfico e consumo de crack. Na opinião de Jonathan, essas áreas são um problema maior de saúde pública que policial. “Em que pese ditas ‘cracolândias’ não serem objeto de atuação da Polícia Federal, entendo que a desarticulação das mesmas depende de programas sociais acessíveis para recuperação de usuários e urbanização e revitalizações de áreas, de forma a atrair a população, contando também com policiamento efetivo”, avalia. Apesar de responder aos questionamentos, o delegado ainda poderá ser chamado para falar à comissão.

Júri condena casal a 14 anos por morte de Enedina


O sócio da rede de Farmácias Monteiro, Quintino Monteiro, e a companheira dele, Juliana Barczc, foram condenados pela Justiça pelo assassinato de Enedina Monteiro, ex-esposa de Quintino e também sócia das drogarias. O julgamento no Fórum Estadual de Ponta Grossa começou na manhã de quarta-feira terminou ontem, no fim da tarde. O outro réu, Marcelo Aparecido de Carvalho, acabou absolvido pelos jurados.

A sentença foi lida pela juíza Alessandra Pimentel Munhoz do Amaral às 17h45. Quintino e Juliana foram condenados, cada um, à pena de 14 anos de reclusão em regime inicialmente fechado. O Conselho de Sentença entendeu que o casal cometeu o homicídio qualificado por motivo fútil e com a vítima de surpresa. Por outro lado, os jurados acreditaram que Marcelo não teve participação efetiva no crime.

O casal saiu algemado da sala do Tribunal do Júri e seguiu dentro do camburão da Polícia Militar para a Cadeia Pública Hildebrando de Souza, onde está preso já desde novembro do ano passado. Com a conclusão da sentença, eles deverão cumprir a pena por pelo menos cinco anos. Três testemunhas de defesa se contradisseram e também receberam voz de prisão pelo crime de falso testemunho. Este delito será investigado pela Polícia Civil.

O advogado de Quintino e Juliana, Edson Stadler, disse que vai entrar com recurso de apelação, pedindo a anulação do julgamento. “Houve manifestação do Ministério Público e do assistente de acusação em disposições que a lei não permite”, afirmou. “Os jurados não tiveram a nítida impressão dos fatos devido às interferências”, completou Stadler.

Por outro lado, o assistente de acusação – advogado contratado pela família de Enedina –, Cláudio César Alves da Costa, considerou o resultado “excelente”. “Acredito que os réus foram julgados dentro das provas. A pena foi pouca, mas eles são réus primários”, comentou. Mesmo com a absolvição de Marcelo, Cláudio considerou justa a sentença. “Nós pedimos a condenação dele mas com menor importância”.

O advogado da família destacou que, durante o julgamento, a defesa do casal teria tentado “mudar o rumo das provas, trazendo um fato novo, o de que outra pessoa teria sido a mandante do crime”. De acordo com Cláudio, ficou provado que Juliana atirou contra a vítima de dentro do carro e que Quintino deu fuga.

Parentes e amigos de Enedina também gostaram da sentença. “Ficamos satisfeitos com o resultado que obtivemos, principalmente porque tivemos uma resposta da Justiça, mas, infelizmente, nada vai trazê-la de volta”, disse Nair Monteiro, irmã da professora.

Para os advogados de Marcelo, o resultado foi melhor do que o esperado, pois ele acabou absolvido. “A Justiça foi feita, pois ele não participou do crime, foi, sim, induzido a ir ao local, não pôde impedir e ainda foi obrigado a ficar quieto”, afirmou Wilson Ribeiro Junior, que atuou na defesa junto com Fernando Madureira. “O Marcelo foi peça fundamental para desvendar os autores do assassinato”, concluiu.

O crime

Enedina era ex-esposa de Quintino e sócia dele em uma rede de farmácias. Ela foi morta com três tiros, em julho do ano passado, quando chegava em casa, no Bairro Oficinas. Quintino e Juliana contrataram Marcelo e outro homem para executar a professora. Esta outra pessoa titubeou, mas os três foram ao local. Juliana pegou o revólver da mão de Marcelo e efetuou os disparos. Quintino ajudou na fuga.

Enedina foi morta porque movia uma separação litigiosa contra o empresário. Juliana e Quintino, no entanto, não queriam a divisão do patrimônio.