domingo, 13 de junho de 2010

Caso Bibinho prova que melhor defesa é o ataque 13 /06/2010

A melhor defesa é o ataque. Essa máxima foi aplicada com sucesso pela defesa de Abib Miguel, ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa. Em vez de tentar alegar a inocência do acusado em relação às irregularidades cometidas na Casa nos últimos anos, os advogados de Abib Miguel, conhecido como Bibinho, fizeram uma investida contra a investigação criminal feita pelo Ministério Público Estadual. Argumentaram que a Justiça Estadual não era competente para analisar os fatos noticiados pela Gazeta do Povo e RPC TV na série Diários Secretos. A alegação foi aceita pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) José Antonio Dias Toffoli, que suspendeu duas ações que tramitavam nas varas criminais de Curitiba e mandou soltar Bibinho, que estava preso havia 49 dias no quartel-geral da Polícia Militar, em Curitiba.
Na argumentação apresentada ao STF, o advogado José Roberto Batochio, que representa Bibinho, vinculou o nome de seu cliente a outro grave escândalo do Legislativo estadual: o esquema Gafanhoto. A fraude, que ocorreu entre 2001 e 2004, consistia no desvio de recursos da Assembleia por meio do depósito do salário de vários servidores em uma única conta bancária. Os titulares das contas eram parlamentares ou chefes de gabinetes de deputados. Apesar da conexão negativa, o caminho foi escolhido para garantir a liberdade de Abib e, de forma indireta e não necessariamente intencional, atrasar o julgamento das irregularidades mostradas na série Diários Secretos (leia mais nas próximas páginas).

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