
O sócio da rede de Farmácias Monteiro, Quintino Monteiro, e a companheira dele, Juliana Barczc, foram condenados pela Justiça pelo assassinato de Enedina Monteiro, ex-esposa de Quintino e também sócia das drogarias. O julgamento no Fórum Estadual de Ponta Grossa começou na manhã de quarta-feira terminou ontem, no fim da tarde. O outro réu, Marcelo Aparecido de Carvalho, acabou absolvido pelos jurados.
A sentença foi lida pela juíza Alessandra Pimentel Munhoz do Amaral às 17h45. Quintino e Juliana foram condenados, cada um, à pena de 14 anos de reclusão em regime inicialmente fechado. O Conselho de Sentença entendeu que o casal cometeu o homicídio qualificado por motivo fútil e com a vítima de surpresa. Por outro lado, os jurados acreditaram que Marcelo não teve participação efetiva no crime.
O casal saiu algemado da sala do Tribunal do Júri e seguiu dentro do camburão da Polícia Militar para a Cadeia Pública Hildebrando de Souza, onde está preso já desde novembro do ano passado. Com a conclusão da sentença, eles deverão cumprir a pena por pelo menos cinco anos. Três testemunhas de defesa se contradisseram e também receberam voz de prisão pelo crime de falso testemunho. Este delito será investigado pela Polícia Civil.
O advogado de Quintino e Juliana, Edson Stadler, disse que vai entrar com recurso de apelação, pedindo a anulação do julgamento. “Houve manifestação do Ministério Público e do assistente de acusação em disposições que a lei não permite”, afirmou. “Os jurados não tiveram a nítida impressão dos fatos devido às interferências”, completou Stadler.
Por outro lado, o assistente de acusação – advogado contratado pela família de Enedina –, Cláudio César Alves da Costa, considerou o resultado “excelente”. “Acredito que os réus foram julgados dentro das provas. A pena foi pouca, mas eles são réus primários”, comentou. Mesmo com a absolvição de Marcelo, Cláudio considerou justa a sentença. “Nós pedimos a condenação dele mas com menor importância”.
O advogado da família destacou que, durante o julgamento, a defesa do casal teria tentado “mudar o rumo das provas, trazendo um fato novo, o de que outra pessoa teria sido a mandante do crime”. De acordo com Cláudio, ficou provado que Juliana atirou contra a vítima de dentro do carro e que Quintino deu fuga.
Parentes e amigos de Enedina também gostaram da sentença. “Ficamos satisfeitos com o resultado que obtivemos, principalmente porque tivemos uma resposta da Justiça, mas, infelizmente, nada vai trazê-la de volta”, disse Nair Monteiro, irmã da professora.
Para os advogados de Marcelo, o resultado foi melhor do que o esperado, pois ele acabou absolvido. “A Justiça foi feita, pois ele não participou do crime, foi, sim, induzido a ir ao local, não pôde impedir e ainda foi obrigado a ficar quieto”, afirmou Wilson Ribeiro Junior, que atuou na defesa junto com Fernando Madureira. “O Marcelo foi peça fundamental para desvendar os autores do assassinato”, concluiu.
O crime
Enedina era ex-esposa de Quintino e sócia dele em uma rede de farmácias. Ela foi morta com três tiros, em julho do ano passado, quando chegava em casa, no Bairro Oficinas. Quintino e Juliana contrataram Marcelo e outro homem para executar a professora. Esta outra pessoa titubeou, mas os três foram ao local. Juliana pegou o revólver da mão de Marcelo e efetuou os disparos. Quintino ajudou na fuga.
Enedina foi morta porque movia uma separação litigiosa contra o empresário. Juliana e Quintino, no entanto, não queriam a divisão do patrimônio.
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