
EM COMA O primeiro rapaz teve a roupa rasgada, unhas e braços pintados

SITUAÇÃO O calouro de Educação Física foi levado pelo pai até o hospital
Trote de calouros promovido por alunos da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) acabou mal para dois adolescentes. Na tarde de ontem, os dois foram levados ao Pronto Socorro Municipal, completamente embriagados. Teste apontará se houve, também, a ingestão de drogas. UEPG deve apurar os fatos. Lei Municipal 8.533 datada de 2006 proíbe a realização de trotes em todo o município de Ponta Grossa. Na tentativa de coibir a prática, além da ingestão de bebidas alcoólicas por menores, a Polícia Militar foi chamada efetuar fiscalização em bares nas redondezas do campus de Uvaranas da instituição.
“Estava trabalhando e a assistente social do Pronto Socorro me ligou informando que meu filho estava internado. Todos estávamos felizes, pois ele foi aprovado em 6º lugar no curso de Ciências Contábeis. Meu filho nunca tinha ingerido bebida alcoólica”, afirma a mãe Suzy Oliveira.
A irmã do adolescente, Bruna, de 22 anos, é veterana da instituição do curso de Direito. “Deixei meu irmão na UEPG por volta das 11 horas, uma hora mais tarde, ele deu entrada no Pronto Socorro, com a roupa toda molhada, a cueca descosturada, as unhas e braços pintados. Ninguém sabe dizer quem deixou ele no hospital”, relata.
Enquanto o rapaz era atendido, outro adolescente deu entrada no PSM, também aparentando embriaguez. “Meu filho é calouro de Educação Física e chegou em casa completamente grogue. Ele não consegue nem falar o que aconteceu, mas havia ido, pela manhã, para o primeiro dia de aulas na UEPG. Pelo que percebi foi um trote regado a bebidas”, diz o pai do garoto, Dirceu Costa. Há relatos de um terceiro caso de coma alcoólico de calouro da UEPG, no PSM, mas a informação não foi confirmada pelo Diário dos Campos.
Nas duas situações, os dois pais prometem averiguar o caso e buscar os responsáveis. “Isso não pode acontecer. Eles saem para estudar e são submetidos a trotes.
Quero punição aos responsáveis. Já efetuei boletim de ocorrência e vou buscar a direção da UEPG”, enfatiza Susy.
Dois alunos da UEPG confirmaram que houve trote, durante todo o período da manhã, em bares próximos ao campus central da instituição. Um deles foi entrevistado pelo DC depois de ter permanecido, por mais de uma hora, dentro de um dos banheiros do bloco A, dormindo. De acordo com ele, a festa contou com muita cerveja. Outro aluno do curso de Jornalismo relatou a ingestão do famoso tubão (cachaça misturada a refrigerante) pelos participantes.
PM faz batida em bares
Para coibir a ingestão e venda de bebidas alcoólicas por menores, a Patrulha Escolar e a Guarda Municipal efetuaram, ontem, fiscalização em bares localizados em área vizinha ao campus de Uvaranas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). A operação contou com cerca de 20 policiais, além da guarda municipal.
O comandante da Patrulha Escolar de Ponta Grossa, Saulo Vinícius Hladyszwski, orientou os frequentadores dos estabelecimentos sobre as ocorrências envolvendo calouros da UEPG. “Pela quantidade de pessoas, é impossível efetuar a verificação etária de todos. Entretanto, nosso objetivo é orientar a proibição de venda e ingestão de bebidas alcoólicas a menores, prevenindo possíveis novos incidentes”. Os veículos estacionados irregularmente nas calçadas foram notificados pela Guarda Municipal.
UEPG promete apurar participação de veteranos
O vice-reitor da UEPG, Carlos Luciano Vargas, afirma que a instituição, através de resolução, proíbe a realização de trote dentro dos limites da universidade. “No período de ingresso dos calouros, fazemos campanha divulgando a resolução que proíbe o trote internamente, há mais de 10 anos. Além disso, sempre lembramos que há lei municipal, aprovada em 2006 pela Câmara Municipal, a pedido da UEPG, que proíbe a prática em âmbito municipal”.
Com base nessas proibições, a UEPG já está fazendo a verificação das imagens registradas pelo circuito interno, de modo a identificar os possíveis organizadores do trote. “Já colocamos o nosso chefe da vigilância para verificar as imagens gravadas pelas câmeras instaladas dentro da UEPG. “Com a identificação em mãos, será aberto processo administrativo e verificada a possível punição. Pelos próximos dias, a direção da UEPG já solicitou a presença da polícia nos arredores dos campi.
Universitário que for responsabilizado por trote pode levar suspensão – de 3 a 30 dias – além de ser excluído dos bancos acadêmicos. “A punição é dada conforme análise de uma comissão constituída de professores e alunos”. Segundo Vargas, a UEPG já aplicou punições em anos anteriores.Publicado em: 17/02/2011
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